sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

A doença celíaca é uma enteropatia que afeta crianças e adultos geneticamente predispostos, precipitada pela ingestão de alimentos contendo glúten.
Também pode ser denominada espru celíaco, enteropatia glúten-sensível ou espru não tropical. Possui três formas de apresentação: clássica que é caracterizada pela presença de diarréia crônica,em geral acompanhada de distensão abdominal e perda de peso. Forma atípica onde os pacientes apresentam manifestações isoladas, como, por exemplo, baixa estatura, anemia por deficiência de ferro, ataxia, epilepsia (isolada ou associada à calcificação cerebral), neuropatia periférica, miopatia,manifestações psiquiátricas - depressão, autismo, esquizofrenia -, úlcera aftosa recorrente, elevação das enzimas hepáticas sem causa aparente, fraqueza, perda de peso sem causa aparente, edema de aparição abrupta após infecção ou cirurgia e dispepsia não ulcerosa. Forma silenciosa que é caracterizada por alterações sorológicas e histológicas da mucosa do intestino delgado compatíveis com DC, na ausência de manifestações clínicas (PEREIRA et. al, 2006). O único tratamento possível
e eficaz é o tratamento dietético, devendo-se a dieta ser isenta de glúten durante toda a vida (ROESSLER et. al, 2001), o que leva à melhora dos sintomas e restauração da morfologia normal da mucosa. O glúten, presente nos cereais trigo, centeio, cevada e aveia, deve ser substituído pelo milho, arroz, batata e mandioca, sendo considerados alimentos permitidos os grãos, gorduras, óleos
e azeites, legumes, hortaliças, frutas, ovos, carnes e leite, lembrando sempre que a dieta deverá
atender às necessidades nutricionais de acordo com a idade do indivíduo. O paciente celíaco deve
estar atento também à composição dos medicamentos prescritos para ele (SDEPANIAN; MORAIS;
NETO, 2001). A aveia - desde que seja pura e não contaminada com outros grãos (mesmo
quantidades mínimas de trigo, centeio ou cevada) - é segura para comer em mais que 95% dos
casos. Milho e alimentos baseados em arroz também são aceitáveis (BAI et. al., 2005). Conclui-se
que, a doença celíaca continua sendo subestimada, sendo que o número insufuciente de informações
sobre a mesma e a dificuldade para o diagnóstico prejudicam a adesão ao tratamento e limitam as
possibilidades de melhora do quadro clínico; o que exige maior atenção dos profissionais da área da
saúde.

Referência: Unifra.Terceira Jornada Interdisciplinar em saúde. Disponível em: http://www.unifra.br/eventos/jis2010/Trabalhos/174.pdf. Acesso em: 16/12/2011